Tecnologia será utilizada até a final, com 14 a 16 câmeras e custando R$ 50 mil por partida. Bráulio Machado será o primeiro árbitro de vídeo a atuar na história do futebol brasileiro.
A CBF realizou uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, em sua sede na Barra da Tijuca, para explicar o funcionamento do VAR na Copa do Brasil. O árbitro assistente de vídeo (VAR é a sigla em inglês) será utilizado a partir dos jogos de quartas de final do torneio, que começam na quarta. É a primeira vez que a tecnologia, que ganhou dimensão na Copa do Mundo, vai "entrar em campo" oficialmente no país.
Serão 14 partidas até a grande final, cada uma com custo de R$ 50 mil para a entidade, o que dá R$ 700 mil no total. Os confrontos das quartas são Corinthians x Chapecoense, Grêmio x Flamengo e Santos x Cruzeiro, com jogos de ida nesta quarta-feira, além de Bahia x Palmeiras, cujo duelo de ida será na quinta. A entidade ainda divulgou a escala de arbitragem dessas partidas, com os quatro primeiros árbitros de vídeo que atuarão no Brasil.
De 14 a 16 câmeras por jogo
Na Rússia, durante a Copa do Mundo, eram 33 câmeras por estádio para o VAR. Na Copa do Brasil, serão 14, 15 ou 16 câmeras por partida, dependendo da empresa transmissora. Haverá sala de VAR nos estádios, com cabines de revisão no gramado, e serão quatro pessoas: árbitro de vídeo, assistente, operador e supervisor. E um assessor da CBF estará sempre nos jogos onde houver VAR.
Os preparativos para o árbitro de vídeo começaram em 2016. Foram realizados seis jogos oficiais com VAR no Brasil, mais amistosos de categorias de base. É o chamado modo offline, uma vez que a tecnologia não foi usada oficialmente nessas ocasiões. Foram 400 horas de treinamento presencial, além de simulações ao vivo, reprises e treinamento teórico. O equipamento foi amplamente testado em estádios e, depois de tudo isso, houve a aprovação da FIFA e da IFAB (International Football Association Board).
São 32 árbitros aptos ao VAR
São 32 árbitros aptos ao VAR
De acordo com a CBF, o treinamento de capacitação foi para 80 árbitros e assistentes. Neste momento, 32 estão aptos e disponíveis para os jogos.
Ricardo Brêtas, gerente de planejamento do VAR no Brasil, citou quatro pilares: controle, tecnologia, treinamento e transparência. E reforçou que o objetivo não é acabar com o erro de arbitragem no futebol, e sim prevenir erros graves que podem comprometer o resultado de um jogo ou campeonato.
Instrutor de arbitragem e criador do projeto, Manoel Serapião esclareceu como será o uso das câmeras nas partidas para evitar qualquer polêmica.
- As câmeras são exatamente as da transmissão. Cabe esclarecer que a empresa responsável pela geração de imagens não tem a mais mínima interferência no manuseio dessas imagens pelo árbitro de vídeo. Essa é uma responsabilidade exclusiva da CBF (Manoel Serapião).
- Há limites. Todas as situações de gol, pênaltis, cartão vermelho e erro de identidade na aplicação do cartão ao jogador são para revisão. O árbitro de vídeo vai checar isso sempre. O que se busca corrigir são erros históricos. Em tiro de meta, lateral, por exemplo, o árbitro de vídeo não interfere.
Coordenador do VAR no Brasil, Sérgio Corrêa está certo do sucesso do projeto na Copa do Brasil.
- Teremos 14 jogos, com grande possibilidade de chegar a 98,8% de acerto nos lances, contra 93% sem o VAR - disse Sérgio, citando números da Fifa.
VAR no Brasileirão?
Sobre o uso do VAR no Campeonato Brasileiro, Sérgio Corrêa se mostrou otimista para o futuro. Vale lembrar que o árbitro de vídeo não será utilizado nesta edição do torneio.
- O planejamento da CBF está pronto para qualquer competição. Vamos trabalhar sempre pelo "sim", para ter o VAR nas competições da CBF. Estamos trabalhando pelo sim. Se vier o "não", continuaremos preparados, porque o VAR virá.
A primeira escala
Como o primeiro jogo da fase será entre Santos e Cruzeiro, Bráulio Machado entrará para história como o primeiro árbitro de vídeo no futebol brasileiro. Ele terá auxílio de Helton Nunes e Marcelo de Lima Henrique. No campo, Wilton Sampaio apita a partida.