Árbitro do polêmico Palmeiras x Corinthians de 2018 fala
dois anos após final: "Dei a chance de eles poderem transferir a
responsabilidade"
Finais de Campeonato Paulista com Palmeiras x Corinthians
têm sido sinônimo de polêmica desde 1993.
Em 2018, porém, José Aparecido de Oliveira, que apitou o fim
da fila do Verdão, há 27 anos, encontrou um rival à altura para ser lembrado
com desgosto por torcedores - desta vez, do lado Alviverde.
Marcelo Aparecido de Souza, juiz da final vencida pelo
Corinthians nos pênaltis, depois de o Palmeiras ter um penal a seu favor
anulado durante o jogo, deu entrevista à Gazeta Esportiva sobre o assunto.
Mais de dois anos depois, agora aposentado da Federação
Paulista de Futebol, trabalhando no futebol da Paraíba, Marcelo voltou a falar
da polêmica alteração da marcação, que só aconteceu sete minutos depois de ele
apontar a marca da cal.
Souza mantém a afirmação de que não houve interferência
externa. E afirmou que a demora deveu-se à sua dificuldade para ouvir o que o
quarto árbitro tentava lhe dizer.
"Nós estamos no telefone aqui agora. Mas, com mil
pessoas falando aqui ao mesmo tempo, você não conseguiria ouvir o que digo",
disse.
"Quando o quarto árbitro chegou até mim, ele disse
claramente: "Marcelo, ele (Ralf) toca na bola antes, mas a decisão é
sua". Tenho muita humildade e experiência para saber que poderia estar
errado", disse.
Marcelo ataca a diretoria do Palmeiras, e o próprio time,
sem meias palavras.
"Tomaram o gol com um minuto e tiveram o jogo inteiro
para buscar o resultado", diz. "O que acabou acontecendo é que, com o
meu equívoco, dei a chance a eles de poderem transferir a
responsabilidade", disse.
"Surgiu também a oportunidade de bater os pênaltis e
vencer. Mesmo assim, também não foram competentes", dispara.
"Para que não tivessem o ódio revertido a ele,
transferiram o ódio a mim", declarou ainda. "Direcionaram o ódio a
mim, à minha pessoa, o árbitro, o elo mais fraco".
Na longa entrevista, ele relata ter sofrido ameaças de
morte. Nega ser corintiano e que Andrés Sanchez, o presidente alvinegro, fosse
frequentador de uma chopperia de que ela era proprietário na capital paulista.
Por fim, diz ainda que vê o lado bom da polêmica, porque
assim será lembrado.
"Porque, se tivesse corrido tudo bem, ninguém nem lembraria
da final e acabou", disse.
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